Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Entrevista de Wen Jiabao no Final do NPC

15 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

Dentro da tradição asiática, o que uma personalidade importante como o primeiro-ministro Wen Jiabao expressa numa entrevista costuma ser aspectos gerais, não muito específicos, que exige um esforço para ser totalmente compreendido. A agência japonesa Kyodo enviou o seu entendimento que foi publicado no jornal japonês Nikkei, a partir das questões formuladas e suas respostas. O jornal China Daily dividiu seu noticiário em diversos tópicos, fornecendo as questões formuladas e suas respostas. Estas técnicas para generalizações fazem parte da cultura asiática, que necessita salvar a face destas personalidades, pois eventuais erros podem ser atribuídos a entendimentos errados feitos pelos que ouviram a entrevista. Mas, nesta última entrevista no término do Congresso Nacional do Povo, que foi de três horas, ele procurou fazer um balanço dos seus dez anos de liderança, abordando os mais variados assuntos formulados.

A Kyodo destacou que ele expressou de forma enfática que na reforma política seria indispensável executar a reforma econômica, sem que tenha esclarecido os seus conteúdos em detalhes. O China Daily interpreta que um insucesso na reforma política poderia gerar uma tragédia como a Revolução Cultural, ou seja, as conquista das três últimas décadas seriam perdidas com novos problemas de distribuição de renda, falta de credibilidade e corrupção que ainda não estão totalmente resolvidos e que dependem das mudanças que estão se processando.

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Premiê da China, Wen Jiabao, nesta quarta-feira, dia 14 de março, durante entrevista. Foto: AP

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Lições aos Brasileiros que vem da Índia

14 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , , , ,

Muitos analistas brasileiros entendem que a Índia apresenta mais problemas que o Brasil, mas a performance daquele país vem sendo superior à brasileira. Cresce a uma taxa média anual de 6,6% nos últimos 15 anos. Sergio Lanucci visitou aquele país a convite do governo indiano, e publicou uma matéria importante no Valor Econômico que pode dar indicações preciosas para os brasileiros. De início, eles estão no 12º Plano Quinquenal para o período 2012 a 2017, e contam com uma população de 1,2 bilhão de habitantes, cresceram 8,4% no seu PIB em 2010/2011 e estimam ficar em 7% em 2011/2012, bem acima do crescimento brasileiro. E possuem uma política democrática consolidada.

Segundo o conselheiro econômico do Ministério das Finanças da Índia, Kaushik Basu, é preciso que sua economia cresça pelo menos 12%, o que é uma meta muito ambiciosa. A indústria deverá crescer 12 a 14% ao ano, pois até agora veio expandindo o seu setor de serviço, mas necessita criar mais empregos. Três são, segundo os especialistas indianos, os gargalos daquela economia: os problemas de infraestrutura, as mudanças na legislação trabalhista e a melhoria do ambiente de negócios, que pouco difere dos problemas brasileiros de longo prazo.

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Montek Singh Ahluwalia

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Consumo de Café dos Diversos Tipos na China

13 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

O empresário Horácio Sabino Coimbra, fundador da Cacique de Café Solúvel, foi o pioneiro brasileiro que visitou a China antes do restabelecimento das relações diplomáticas do Brasil com aquele país em 1976. Impressionado com a China, ele afirmava que se cada chinês tomasse uma xícara de café por dia o Brasil estaria salvo. Num artigo publicado pelo China Daily, o jornalista Gan Tian informa que, entre 1950 a 1970, a bebida era considerada um “produto capitalista”, e informa que hoje está mais popular que nunca.

O artigo informa que até 1970, o café só era encontrado no Beijing Diaoyutai State Guest House e Shanghai Peace Hotel utilizados pelos diplomatas estrangeiros. Foi na década de 1980 que o café solúvel se tornou conhecido, rompendo o mito que os consumidores de chá tivessem dificuldade com o consumo do café. E na década de 1990 que a Starbuck chegou à China, começando a popularizar o seu consumo, tendo os estudantes chineses adquiridos o hábito no exterior.

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Bolan Coffee Academy. Foto: China Daily

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Grafite Brasileiro Até em Miyagi, no Japão Devastado

12 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 2 Comentários »

Quando o grafite brasileiro é de grande qualidade, acaba recebendo reconhecimento internacional. A revista eletrônica Highlighting Japan deste mês de março traz uma reportagem sobre o que foi pintado por Tite Freak, um artista nipo-brasileiro, num abrigo temporário em Ishinomaki, na prefeitura de Miyagi, com o suporte da Japan Foundation e da Embaixada do Brasil.

Segundo a reportagem de Osamu Sawaji, que escreveu originalmente para o The Japan Journal, o trabalho elaborado por Tite Freak, que foi convidado pela Japan Foundation, foi pintado para os que estavam em grande necessidade de ajuda e atenção, com a assistência às vitimas do triplo desastre da região de Tohoku, no Japão. Muitos acompanharam o seu trabalho, oferecendo lanches e bebidas durante a execução do grafite.

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Grafite em Ishinomaki e o artista  Tite Freak

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Investimentos Japoneses na Área de Alimentos na China

12 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Muitos são os que reclamam da China, mas continuam efetuando investimentos naquele país visando atender uma parte do seu mercado que continua crescendo, mesmo num ritmo menos acelerado que nas últimas décadas. Muitas empresas japonesas não possuem alternativas, pois o mercado nipônico continua crescendo modestamente, e precisam ampliar suas atividades no exterior, com preferência nos seus vizinhos asiáticos. O jornal Nikkei publicou um artigo a respeito.

Segundo a informação, as empresas japonesas que possuem alta tecnologia neste setor de alimentos visam preferencialmente os consumidores de padrão mais elevado da China. Existe uma demanda por alimentos mais seguros e mais saborosos entre os segmentos de consumidores de média e alta renda. Uma pesquisa mostrou que esta demanda é grande, e os japoneses já estão atendendo via exportações.

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Novas Observações de Michael Pettis Sobre a China

12 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Michael Pettis é considerado um dos mais credenciados analistas da China onde reside e seus artigos são publicados em diversos meios de comunicação, principalmente pelo Financial Times, pois ele é muito experiente e tem acesso a muitas informações. No seu currículo aparece como professor nos Estados Unidos e na China, em universidades de alto padrão. Ao contrário de artigos superficiais, ele entende que a China não está mudando a sua política para o mercado interno, até porque sempre esteve nesta posição. E os empréstimos feitos naquele país vão acabar sendo rolados, pois muitos tomadores não possuem capacidade para liquidá-los. O que pode ser considerado inadequado, mas é o que acaba acontecendo.

O problema na China é diferente dos Estados Unidos ou da Europa, segundo o autor, mas parece que isto também está acontecendo em muitos países europeus, com os prejuízos transferidos para os bancos e seus acionistas. Muitos dos empréstimos efetuados não serão honrados, transformando-se em transferências do governo central para o local, o que vai desacelerar o seu ritmo de crescimento, como já vem ocorrendo. Mesmo com a ajuda do relatório do Banco Mundial, como já postado neste site, há dúvidas sobre a eficácia de suas recomendações no sentido de maior privatização, e reformas de variados tipos.

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Mudanças nos Programas das TVs Brasileiras

12 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Nota-se um interessante processo de aumento da concorrência nos meios de comunicações no Brasil e no exterior. O The New York Times informou que registrou um aumento de tiragem nos seus jornais impressos na medida em que passou a utilizar a internet para o fornecimento de suas edições completas para os seus assinantes. A Folha de S.Paulo, que já tinha com uma forte participação no site da UOL, passou a contar com um novo programa domingueiro na TV Cultura de São Paulo, no horário nobre das 20 horas. A rádio Jovem Pan também possui uma versão eletrônica que permite a veiculação de imagens para o mundo todo pela internet.

Entre os itens mais interessantes, o programa da Folha de S.Paulo na TV Cultura apresentou uma jornalista brasileira que contou com um painel de correspondentes estrangeiros em São Paulo, da agência de notícias norte-americana Reuters, do jornal argentino Clarin, do jornal francês Libération e da revista norte-americana Time. A discussão entre estes jornalistas completava um rápido noticiário sobre os assuntos de destaque da semana, como o problema do terremoto e tsunami no Japão.

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Relacionamentos Pessoais Com os Coreanos

12 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Depoimentos, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Meus relacionamentos pessoais com os coreanos começaram na infância quando, na igreja que frequentava, uma família chamada Mita também era muito ativa. Ela tinha vindo do Japão, quando a Coreia ainda era colônia daquele país, no início do século XX. Mais tarde, tive a oportunidade de ajudar na vinda da primeira leva de imigrantes coreanos depois da Guerra da Coreia, como membro do Advisory Committee on Technical Service do World Churches Council, em colaboração com a entidade especializada nos refugiados das Nações Unidas. Finalmente, em torno de 1986, trabalhei numa empresa brasileira supervisionando os escritórios que tínhamos na Ásia, inclusive em Seul, na Coreia.

Nesta época, Seul ainda estava se consolidando como um dos mais ativos Tigres Asiáticos, mas cujo nível de desenvolvimento era ainda modesto. Os coreanos procuravam copiar o que o Japão tinha conseguido, consolidando os primeiros chaebols, e o gerente-geral que tínhamos naquele país, Mr. Sun, tinha uma longa experiência internacional numa delas. Eles já contavam com muitos recursos humanos dedicados a conquistar os mercados externos. A minha semelhança física com um ex-ditador coreano, que ainda estava na ativa, provocava alguns constrangimentos, como o afastamento voluntário da massa popular da minha proximidade quando percorria uma estação de metrô, com meus amigos, em Seul.

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Visão geral da cidade de seu e de seu porto

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Efeitos das Eleições Democráticas nas Vilas Chinesas e Outros Paralelos

11 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , , ,

O professor Antonio Delfim Netto insiste que é da natureza humana o desejo de ampliação da sua liberdade quando as necessidades básicas de sobrevivência começam a ser atendidas, mesmo nos estágios iniciais da melhoria do padrão de vida de qualquer sociedade. Como paralelo, assisti à soberba apresentação da Sinfonia nº 5, de Dmitri Shostakovich (1906-1975), na Sala São Paulo, pela Osesp – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, regida pela maestrina Marin Alsop, peça que foi apresentada pela primeira vez na então Leningrado, em 1937, hoje novamente São Petersburgo. Verifica-se que a genialidade do compositor superou algumas limitações duramente impostas pelas restrições da época de Stalin na Rússia, voltadas exclusivamente para o monumental e triunfalismo realista do Estado. Ainda que suas marcas medonhas tenham ficado gravadas na personalidade deste fenomenal compositor russo, como relatado por Isaiah Berlin sobre sua visita à Oxford, quando recebeu o título de doutor honoris causa daquela Universidade, em 1958. Como consta da Revista da Osesp, de março de 2012.

Este é o pano de fundo para a apreciação de um inédito e profundo trabalho de um grupo de acadêmicos sobre o efeito das eleições democráticas na China atual em suas vilas. Chegou-me por intermédio de Claudio Mendes, ainda numa redação preliminar, o fabuloso trabalho conjunto de Monica Martínez-Bravo, da Johns Hopkins; Gerard Pedró i Miguel, da London School of Economics; Nancy Qian, da Yale University; e Yang Yao, da Peking University. Receberam suportes de instituições como Brown University, Stanford, Harvard e National Foundation Grant. Ele se denomina “The Effects of Democratization on Economic Policy: Evidence from China”. E trabalharam com dados colecionados pelo Chinese Ministry of Agriculture. Ainda que muitos possam duvidar, as instituições envolvidas merecem créditos. Mostram que, mesmo em regimes considerados autoritários, de partido único, os primeiros indícios da aspiração por sistemas mais democráticos estão germinando, por meios criativos, superando as restrições como as que foram sofridas por Dmitri Shostakovich.

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Dmitri Shostakovich e eleição na pequena vila chinesa de Wukan

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Incompreensíveis Usos de Componentes Danosos à Saúde

11 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, Saúde, webtown | Tags: , ,

Muitos produtos considerados cientificamente como de alto risco para a saúde, notadamente cancerígenos, continuam sendo autorizados para a venda, desde que tenham nas suas embalagens advertências sobre estas inconveniências. É completamente incompreensível que as autoridades cedam para as pressões dos lobbies, colocando em risco a saúde da população. Mesmo sabendo que o uso exagerado destes produtos, e por longo tempo é que provocam estes danos, as existências de alternativas saudáveis deveriam recomendar a sua proibição, até porque bebidas de alto consumo mundial e viciantes estão mudando suas fórmulas para não serem atingidas pelas propagandas negativas.

No Brasil, que costuma acompanhar as restrições impostas no exterior com alguma defasagem, manteve-se o uso, por exemplo, do amianto por décadas, mesmo sabendo que os trabalhadores que trabalhavam com este minério e os usuários de produtos que o tinha como componente traziam danos irreparáveis para todos que os utilizavam. As empresas que produzem estes produtos estão agora sendo condenadas às indenizações. Não se compreende como a simples advertência nas embalagens de adoçantes artificiais e químicos permitem a continuidade de seus usos, quando alternativas de origem vegetal estão disponíveis, sem as mesmas inconveniências.

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