Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Modelo Para o Crescimento Econômico da Ásia

7 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

Muitos livros e artigos sobre o desenvolvimento econômico da Ásia vêm sendo escritos, com destaque para a China e para a Índia, mas quando um prêmio Nobel de Economia, como Michael Spence, expressa seus pontos de vista convém prestar atenção. Segundo ele, os mercados emergentes estão aumentando de forma firme a sua participação na economia mundial. Eles fazem dela a estratégia de crescimento nacional, como na China e na Índia.

Ele diz que nas próximas décadas quase a totalidade do crescimento no consumo de energia, urbanização, uso de veículos, transporte aéreo e emissão de carbono virão dos países emergentes. Na metade deste século, o número de pessoas de alta renda vivendo nestas economias devem crescer para 4,5 bilhões, de cerca de 1 bilhão atual. O atual PIB mundial de US$ 60 trilhões deve triplicar nos próximos 30 anos.

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Se os países emergentes utilizarem o mesmo padrão que foi utilizado pelos países hoje desenvolvidos, o impacto sobre os recursos naturais e o meio ambiente será enorme, e provavelmente desastroso. Energia segura e seu custo, água e qualidade do ar, clima, ecossistema em terra e nos oceanos, segurança alimentar e muito mais precisa ser cuidado.

A concentração atual deverá declinar, pois se continuar, cada país pressionará sobre os recursos naturais e o meio ambiente, tornará a sustentabilidade o maior problema global. Para mudar o curso, será necessário um sistema que permita conferir (compliance) o crescimento. Com o crescimento atual da China e da Índia, com a concentração revertida, eles terão 40 por cento da população mundial. Na metade do século, a Índia e a China terão 2,5 bilhões dos 3,5 bilhões adicionais da população de alta renda.

Para a Índia e a China, a sustentabilidade não será um problema global, mas um desafio interno, sem o que pode comprometer os seus próprios desenvolvimentos. Há uma preocupação crescente entre todos sobre a possibilidade deles continuarem cabendo no mundo futuro.

Há que se desenvolver um novo padrão de crescimento incentivando a sustentabilidade como prioridades nacionais e mundiais, tornando um dos seus ingredientes. Ninguém sabe como isto ocorrerá, mas terá que ser descoberto com experimentação e criatividade. Isto já está previsto no novo plano quinquenal da China, que prevê um crescimento mais baixo, de 7% ao ano, de forma sustentável.

O crescimento sustentável da Ásia exigirá incentivos para novas tecnologias, reduzindo os custos de meio ambiente e eliminando a ideia que os líderes têm somente desvantagens, e poucos benefícios.


Especulações Com as Commodities

7 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: ,

Duas e diferentes fontes se referem aos problemas que estariam afetando os preços das commodities, inclusive alimentos, provocando problemas em diversos países como o Brasil e o Japão. O jornal econômico Nikkei informa que muitos fundos de pensões, inclusive os japoneses, estão transferindo seus ativos tradicionais para aplicações em commodities, no mercado futuro, fundos de hedge ou nos mercados dos países emergentes.

Em março último, as aplicações destes fundos no mercado de ações do Japão teriam caído para 19%, dos 32% na década passada. Nos últimos 20 anos, o índice Nikkei teria caído uma média anualizada de 5%, e os fundos de pensões necessitam de um retorno mínimo de 2 a 3% ao ano, sem o que ficariam incapazes de manter os seus pagamentos.

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China Superando os Estados Unidos

7 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , ,

O Financial Times publicou um artigo ontem escrito por Gideon Rachman estimando que a China supere economicamente os Estados Unidos muito em breve. O FMI publicou um relatório que será dentro de cinco anos, 2016, com a projeção efetuando os ajustamentos no chamado PPP – Poder de Paridade de Compra dos dois países. Mesmo que haja problemas nestes cálculos, utilizando a taxa de câmbio, o The Economist projeta que isto ocorra em 2019.

O artigo explica que isto mudará o conceito de superpotência, pois até agora a maior economia era a que abrigava a mais rica. Pela dimensão populacional e disparidade de renda, a China será a maior mais rica e ao mesmo tempo a mais pobre, e na média os norte-americanos serão 10 vezes mais ricos que os chineses. Pela relativa riqueza da sociedade americana, ela continuará a ser a mais poderosa, pois prosseguirá influente nas Nações Unidas, no FMI, no Banco Mundial e a NATO está construída em torno dos Estados Unidos.

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Charge publicada no Financial Times

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Novas Evoluções nas Tensões Asiáticas

7 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Ainda que não sejam assuntos construtivos, mas preocupantes, estamos postando neste site os relacionados com a defesa asiática e o avanço da China, notadamente nos oceanos que cercam aquele gigantesco país, tanto para o lado do Pacífico como do Índico por serem relevantes para a paz mundial. Tudo indica que as tendências apontadas nos livros de Robert Kaplan e Niall Fergunson, de crescimento da presença chinesa e retraimento dos Estados Unidos, continuarão em marcha. Os episódios como os relatados pelo Financial Times no último domingo, num artigo escrito por Demetri Sevastopulo e Kathrin Hille, informam a participação e declarações do ministro da Defesa da China, general Liang Guanglie, na reunião realizada em Cingapura, no chamado Shangri-La Dialogue.

A reunião que costuma ocorrer com a presença das mais altas autoridades militares da região e do mundo, como o do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, contou pela primeira vez com o mais alto representante da China, que fez o seu primeiro e grande discurso internacional.

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Robert Gates cumprimenta o general Liang Guanglie

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Necessidade e Conveniência do Uso do Bioplástico

7 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Tecnologia | Tags: , ,

Muitas publicações, suplementos e artigos foram escritos nos últimos dias sobre as medidas que podem contribuir para a melhoria do meio ambiente. Entre as mais práticas, de fácil implementação e extremamente conveniente para o Brasil, é a disseminação do uso do bioplástico, não somente nas chamadas “sacolinhas” que estão se tornando obrigatórias na cidade de São Paulo, mas em todas as demais aplicações dos atuais plásticos derivados do petróleo. Ainda que existam algumas resistências compreensíveis, a tendência é de uma rápida substituição por materiais amigos do meio ambiente, pois a consciência popular está se alterando rapidamente.

A discussão sobre o assunto ainda não ficou afunilada, havendo opiniões que parecem expressar interesses comerciais, como o do desemprego da mão-de-obra atualmente usada na produção dos plásticos derivados do petróleo (como se os bioplásticos não criassem mais empregos) ou necessidade de fazer os consumidores sentirem no bolso a conveniência das mudanças, como estão em artigos publicados hoje no Valor Econômico. Observando-se a consciência da reciclagem de papéis, alumínio, vidros e outros materiais, no mesmo sentido de proteção do meio ambiente, em diversos países, constata-se que as campanhas educativas podem acelerar estes processos de forma acentuada, pois lidar com lixos não degradáveis está ficando com um custo proibitivo, principalmente no mundo desenvolvido.

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A Civilização Segundo Niall Ferguson

6 de junho de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Cultura, Livros e Filmes | Tags: , , , , | 2 Comentários »

Quando começou a se falar da China como provável grande potência econômica a ultrapassar os EUA, dois livros respondem as muitas perguntas sobre o caminhar do mundo contemporâneo: Monsoon – The Indian Ocean and the Future of American Power, de Robert D. Kaplan, Ed. Random House, outubro/2010 (já comentado neste site, Paulo Yokota, 1º de junho de 2011), e Civilization – The West and the Rest, de Niall Ferguson, Ed. Allen Lane, fevereiro/2011.

Escocês de nascimento, Niall Ferguson, 47 anos, badalado acadêmico e comunicador midiático, é professor de história na Universidade de Harvard e no London School of Economics, além de consultor na Universidade Stanford, Califórnia. Para ele, a China será inevitavelmente a maior economia mundial em menos de 10 anos. Mas não estaremos retornando aos tempos de 1411 (o apogeu da supremacia chinesa durante a Dinastia Ming), porque, pela primeira vez na era moderna, haverá uma paridade real entre os diferentes poderes no mundo.

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Desenvolvimento da Pesca Brasileira

6 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , | 2 Comentários »

O jornal Folha de S.Paulo volta ao importante assunto da pesca no Brasil, com um artigo da Tatiana Freitas. Ela visitou um projeto da empresa Atlântico Tuna, que pretende utilizar a tecnologia japonesa, notadamente na pesca do atum, em águas mais profundas. Muitos se recordam que as experiências brasileiras do passado não deixaram muitas contribuições, pois os japoneses utilizavam radares para localizar os cardumes, exportando a sua produção. Ainda eram feitas em águas superficiais, ao lado da desastrosa pesca da baleia, que sempre chocou os brasileiros.

Como é do conhecimento dos especialistas, os atuns viajam pelo mundo, e algumas espécies passam pelo Atlântico, mas a sua intensa pesca que está aumentando em todo o mundo coloca em risco a sua sustentabilidade. Há que se estimular a criação de algumas de suas espécies em cativeiro, que já vem sendo feita na Austrália e na Turquia. O Brasil precisa dominar estas tecnologias para se manter com tecnologia própria, com a ajuda da Embrapa e do Ministério da Pesca, que precisa passar para a ação concreta, deixando de mostrar somente a sua potencialidade.

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Despertando para o Importante Problema da Educação

6 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: , ,

Ainda que tardiamente, os problemas de educação começam a merecer atenção maior dos grandes meios de comunicação. A Folha de S.Paulo traz hoje importante matéria sobre o assunto, de autoria de Antônio Gois, informando que os professores da rede pública básica acredita pouco no sucesso de seus alunos, infelizmente, o que é considerado pelos especialistas como um ponto fundamental da educação.

No jornal O Estado de S.Paulo, a jornalista Ocimara Balment trata das causas de por que somos tão ruins em matemática, que em todo o mundo ganha importância crescente para ajudar no desenvolvimento. O artigo mostra que o problema tem que começar no preparo dos professores e das técnicas que ainda são utilizadas quando já existem tecnologias eletrônicas, como informa o professor Seiji Isotani da USP numa entrevista.

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Antiga sede da Escola Caetano de Campos, hoje ocupada pela Secretaria Estadual da Educação, e o Pato Donald, personagem de Walt Disney, se embanando com questões matemáticas

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Resultados de Boca de Urna nas Eleições Peruanas

5 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Entre as recentes eleições em todo o mundo, a do Peru tem um relacionamento da América do Sul com a Ásia, na medida em que no segundo turno realizado hoje, 5 de junho, disputaram Ollanta Humata, considerado de posição mais popular, e Keiko Fujimori, considerada mais conservadora. Ambos passaram para o segundo turno derrotando o preferido do atual presidente Alan Garcia, que conseguiu um desenvolvimento razoável durante a sua gestão. Segundo informações da TV Globo News, as pesquisas de boca-de-urna indicam que Ollanta Humata deverá ser o eleito.

Observa-se, em todo o mundo, uma tendência para a renovação, com o aumento da aspiração das novas classes em ascensão, com a intensa utilização dos atuais meios de comunicação eletrônica, que teriam sido mais intensamente utilizados pelos partidários de Humata. Segundo um artigo publicado pelo site do BBC Brasil, que enviou a jornalista Mariana Della Barba para Lima, a candidatura de Keiko Fujimori deve inaugurar nova fase dos nipo-peruanos na política.

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Ollanta Humata e Keiko Fujimori

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Esclarecendo as Dúvidas Sobre a Economia Chinesa

5 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , , ,

531px-Stephen_Roach_2008 Diante das dúvidas que começam a serem levantadas pelo mundo afora, o China Daily publica um artigo do economista Stephen S. Roach, nada menos que o chairman não executivo do Morgan Stanley Asia e membro da Universidade de Yale. É uma clara indicação que o assunto preocupa e exige depoimentos de quem tem maior credibilidade nos meios internacionais. O artigo pode ter o titulo traduzido livremente como “Aqui estão os porquês a China é diferente” (Here’s why China is different).

Ele afirma que as dúvidas voltam com força, mas informa que o mais espetacular desenvolvimento dos tempos modernos, segundo lhe parece, deve continuar. As dúvidas se concentram na inflação, no excesso de investimentos, nos aumentos salariais e nos créditos bancários não cobráveis. Muitos proeminentes acadêmicos acham que a China, segundo o autor, teria entrado na armadilha da renda média, que teria afetado muitas outras economias. Muitos aspectos seriam fundamentados, mas 10 razões diferem a China de outros países, segundo Roach.

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