Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Crescimento Chinês e Suas Dificuldades

5 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Política | Tags: , , | 2 Comentários »

Um interessante artigo de Nicholas D. Kristof, do The New York Times, foi reproduzido hoje no O Estado de S.Paulo, ele que morou na China nos anos 80 e 90. Kristof se reporta a uma viagem recente à China, constatando o surpreendente desenvolvimento e melhoria de vida de muitos dos seus antigos amigos, mas refere-se à brutal desigualdade na distribuição de renda, repressão aos dissidentes e potenciais dificuldades com os Estados Unidos.

Mas nota que existem contrastes como a significativa melhoria da expectativa de vida dos chineses, notadamente de Xangai, que já superou a dos Estados Unidos, ainda que 320 milhões de camponeses continuem sem um adequado abastecimento de água. A taxa de mortalidade infantil de 2,9 para cada mil habitantes em Xangai é bem inferior a 5,3 de Nova York. A educação infantil das crianças chinesas está entre as melhores do mundo, como apontada por uma pesquisa que abrangeu 65 nações.

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Cidade de Xangai, uma metrópole em acelerado desenvolvimento

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Jornal Nikkei Anuncia Ampliação dos Financiamentos no Brasil

5 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

Os bancos japoneses já foram mais importantes no Brasil no passado e estão anunciando que voltarão a ter maior presença no mercado brasileiro, mas somente no ano fiscal de 2014. Portanto, daqui a três anos pretendem chegar a empréstimos totais de US$ 10 bilhões, com um crescimento de 360% sobre o volume atual. Por ora, devem aumentar o seu capital social em agosto próximo, atendendo a legislação brasileira. Devem se aproximar em dimensão do HSBC, Citibank e outros norte-americanos e europeus no Brasil.

Historicamente, um dos seus antecessores, o Yokohama Specie Bank, fundado em 1880, chegou ao Brasil no começo do século XX, instalando sua filial no Rio de Janeiro. Foi transformado depois da Segunda Guerra Mundial em The Bank of Tokyo Ltd., especializado em operações internacionais, tendo ajudado o Brasil de forma expressiva. Naquele período, eram os mais importantes financiadores estrangeiros dos grandes projetos brasileiros. Fundiu-se com outros bancos japoneses depois da “bolha” naquele país para chegar ao atual BOT-Mitsubishi-UFJ. Também estão ampliando suas operações na China, dada as dificuldades encontradas atualmente para incremento de suas operações nas atividades internas do Japão.

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Prédio do Yokohama Specie Bank, de 1880, agora transformado em museu

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Apresentações na Reunião do ASEAN

5 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: ,

A reunião que está se realizando em Hanói, no Vietnã, propicia a apresentação de diversos estudos, como os publicados no The Times of India, elaborados pelo ADB – Asian Development Bank e outras organizações, que mostram que a China e a Índia continuam liderando o desenvolvimento econômico do resto do mundo. A região acusou um crescimento de 8,3% em 2010, sendo que FMI prevê que a China deverá crescer 9,5% e a Índia cerca de 8% nos próximos dois anos. Enfrentam um problema de crescimento das pressões inflacionárias, principalmente dos alimentos e algumas matérias-primas básicas.

O aumento do preço do petróleo preocupa a todos, ao mesmo tempo em que os problemas ocorridos no Japão limitam o emprego da energia nuclear. Existem previsões de que as pressões inflacionárias continuarão neste e no próximo ano, decrescendo modestamente. Muitos entendimentos entre os países da Ásia continuam ocorrendo para estudar mecanismos para minorar os problemas pelos quais passam.

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Plano de Crescimento Estratégico do Japão

4 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , | 2 Comentários »

O jornal econômico Nikkei anunciou que o Japão está revendo o seu plano de crescimento estratégico, considerando uma drástica mudança na sua política energética, como consequência dos desastres naturais e a crise nuclear, segundo fontes do governo. Os projetos de exportação das usinas nucleares serão revisados, estabelecendo um prazo para participar das negociações do acordo de livre comércio da bacia do Pacífico.

Nos próximos dias, as diretrizes básicas serão decididas para revisão do plano. O ministro Koichiro Gemba, da política nacional, afirmou que a estratégia do crescimento, notadamente o contexto da política energética, precisa ser transformada em qualidade. Em função das dificuldades que enfrentam, o ponto principal será o objetivo para 2020 de expandir a dimensão do mercado da energia renovável para 10 trilhões de ienes japoneses.

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Um Retrato da Situação da Agricultura no Brasil Atual

4 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , | 5 Comentários »

O suplemento agrícola do jornal O Estado de S.Paulo de hoje dá um bom retrato de como se encontra a agricultura brasileira no momento. A exposição que se repete pela décima oitava vez na região mais desenvolvida da agricultura brasileira, Ribeirão Preto, dando sequência ao que vem ocorrendo em outras “capitais” agrícolas de todo o Brasil, reflete bem a euforia que toma conta do setor. A safra agrícola em andamento é recorde, bem como os preços das principais commodities agropecuárias no mercado internacional estão em patamares elevados. A marca mais expressiva é a intensa apresentação e demonstrações de equipamentos de alta tecnologia que estão sendo oferecidos e negociados, nacionais como importados, com o suporte dos financiamentos do sistema bancário que chega ao número de 800 exibições.

Pulverizadores e colhedeiras incorporando os mais recentes avanços tecnológicos estão sendo oferecidos, onde os operadores destes equipamentos trabalham com todo o conforto possível, com toda sorte de parafernálias eletrônicas embarcadas que lhes proporcionam condições para trabalhos eficientes. Ar condicionado e GPS já é coisa comum, mas computadores fornecem informações imediatas sobre as produções que estão sendo alcançadas, e todos os sistemas hidráulicos permitem manobras mais sofisticadas com o mínimo esforço, tirando o máximo proveito da maneabilidade dos novos equipamentos.

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O Chá Verde Nosso de Cada Dia

4 de maio de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Cultura | Tags: , , , , , , | 4 Comentários »

A colheita do chá verde de 2011 já começou ao sul de Quioto, região conhecida pelo excelente Uji-cha. A primeira colheita das folhas de chá – shincha ichibancha (chá novo, primeira colheita do ano) – ocorre após meados de abril; este ano atrasou um pouco devido ao longo e rigoroso inverno. O chá levado da China no período Nara (710-794) passou a ser mais consumido no Japão quando se tornou parte de ritual budista, e a cerimônia do chá se difundiu entre a aristocracia japonesa. A partir de fins da era Edo, quase século XX, com a introdução de técnicas de produção em massa, seu uso se popularizou. O chá começou a ser cultivado em Uji, arredores de Quioto, onde o clima tépido era propício. Propagou-se para a região da província de Shizuoka – hoje a maior produtora do chá verde (ryoku-cha) no Japão, seguida por províncias de Kyushiu, mais ao sul (Kagoshima, Miyazaki), que também produzem chás de excelente qualidade. Mas Uji-Quioto ainda é a referência do chá verde.

O chá verde japonês consiste, grosso modo, de gyokuro, matcha, sencha e bancha. Gyokuro é o chá superior produzido com folhas mais tenras cultivadas quase 90% à sombra, protegidas por anteparos feitos de bambu. O matcha, produzido da mesma forma, é processado em pó para uso exclusivo em cerimônias de chá. São bastante caros. O sencha provém de plantação de chá cultivado em pleno sol; suas pequeninas e pontiagudas folhas são de vivo verde dourado, de sabor e fragrância acentuados. Imediatamente após a colheita, as tenras folhas são aquecidas a vapor por uns 30 – 40 segundos para selar o sabor e barrar a fermentação, e são secas, pressionadas, enroladas e armazenadas em lugar fresco. Diferentemente do kôcha (chá preto tipo inglês), oolong ou pu’ehr (chineses), que passam pelo processo de secagem por calor, e podem ser conservados por mais tempo.

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Marcha das Mudanças na Economia Chinesa

3 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , , , | 2 Comentários »

O jornal mais importante da China, o China Daily, registra em seus artigos as mudanças que começam a se processar na sua economia. Li Xiang escreve as alterações que estão ocorrendo com o envelhecimento relativo da população chinesa, com base no último censo. Já em 2013, segundo algumas análises, haveria um decréscimo da população em idade ativa, e isto pode contribuir para desacelerar o seu crescimento econômico e elevar as pressões inflacionárias.

A mudança demográfica, com a transferência do excedente de população rural para as atividades urbanas, deve acelerar a mudança do modelo econômico, atualmente liderado pelas exportações e investimentos para as ampliações dos serviços e do consumo. A redução dos jovens indica o claro envelhecimento relativo da população com os mais de 60 anos, chegando a 33% em 2050, ao nível da Dinamarca e acima dos Estados Unidos. O dividendo demográfico que vinha beneficiando a China com mão-de-obra barata se inverteu, e os salários estão subindo, como em 2010, quando o mínimo subiu 20% em média. O aumento da produtividade terá dificuldade de acompanhar este ritmo, pressionando a inflação. O próprio governo espera dobrar os pagamentos aos trabalhadores nos próximos cinco anos.

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Multiplicação de Cursos MBAs e a Demanda de Pós-Graduados

3 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , , | 2 Comentários »

Um interessante artigo da Samantha Pearson foi publicado no Financial Times discutindo a multiplicação de cursos, principalmente de MBAs, no Brasil, tanto para atender estudantes brasileiros como os provenientes do exterior, bem como noticiando sobre os estudantes brasileiros que vão fazer estes cursos no exterior. Tudo indica que o interesse pela economia brasileira e suas empresas está aumentando no exterior, considerando as potencialidades do Brasil como país emergente, que exige recursos humanos de qualidade de forma crescente, treinados em seus ambientes culturais, que diferem de país para país. Uma grande diferença apontada é a quantidade de cursos de tempo parcial no Brasil, com menor duração e carga horária.

No exterior, notadamente nos Estados Unidos e na Europa, estes cursos são o mínimo exigido para os candidatos aos cargos executivos nas empresas, e o artigo observa que os graduados nos cursos superiores do Brasil (chamados pelos norte-americanos de undergratuated) já começam suas carreiras, utilizando os MBAs como um aperfeiçoamento, feitos fora dos experientes normais dos seus empregos. Na realidade, no Brasil existem diversos tipos de MBAs, dos mais complexos, inclusive os ministrados em inglês e com convênios com consagradas universidades no exterior, até os mais simples.

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Produção e Exportação de Tilápias da América Latina

3 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Gastronomia, Saúde | Tags: , , ,

Um extenso artigo da Elisabeth Rosenthal foi publicado no pelo New York Times informando que muitos países da América Central, como a Costa Rica e a Nicarágua, estão criando tilápias em suas fazendas. O peixe, cuja produção está se espalhando por todo mundo, inclusive no Brasil, é originário da África. Parte da criação visa a exportação para os Estados Unidos, cuja demanda está hoje em moda. Como é do conhecimento geral, este peixe é de fácil criação e multiplicação, com variedades que vêm sendo selecionadas pelas pesquisas para ganhar o máximo de peso em menor tempo, utilizando rações que contêm milho e soja, quando originalmente consumiam gramíneas e alimentos dos rios, sendo uma espécie dominante de fácil reprodução natural. Reduzem a possibilidade de sobrevida de outras espécies de peixes tropicais em ambientes como em lagos e rios.

A demanda mundial de peixes vem aumentando por serem considerados produtos saudáveis, ricos em proteína e que contêm Omega 3, considerado o colesterol bom, que contribui para reduzir os colesteróis que contribuem para o aumento de problemas circulatórios, notadamente nos cardíacos. No entanto, as pesquisas estão indicando que o salmão contém 10 vezes mais Omega 3 que as tilápias. Segundo o artigo do New York Times, as condições de sua produção podem gerar algumas contaminações devido ao exagero da sua concentração, fazendo com que certificações de boas práticas estejam sendo exigidas recentemente.

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Suplementos Excepcionais do Valor Econômico

2 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Há muitos dias em que o jornal Valor Econômico surpreende seus leitores com suplementos de excepcionais qualidades, como na sua edição de hoje. Traz um especial tratando dos rumos da economia brasileira, com artigo da Claudia Safatle, “O santo ainda é de barro”, que trata do desafio para a presidente Dilma Rousseff combater a inflação sem destruir tudo o que foi feito nos últimos 15 anos no Brasil. O fluxo de capitais estrangeiros atraídos pelos elevados juros brasileiros continua elevado, mas as pressões inflacionárias exigem medidas de contenção do crédito onde os juros continuam sendo o principal instrumento, ainda que o superávit fiscal primário já esteja ajudando.

Num outro artigo, Marcos Nobre, professor de filosofia da Unicamp, aborda “Governo com pouca margem de manobra e ‘excesso de adesão’”; Michael Reid, do The Economist, trata da política externa com “O multilateralismo como base para ganhar influência”.

O artigo mais longo e profundo é de Antonio Delfim Netto, “Um voto de confiança”, analisando a política econômica do governo e seus fundamentos nos atuais conhecimentos, com a revisão da macroeconomia e os novos pensamentos, como o de Olivier Blanchard. O texto pode ser lido na íntegra, em PDF, por meio dos links :

https://www.asiacomentada.com.br/wp-content/uploads/2011/05/parte4.pdf
https://www.asiacomentada.com.br/wp-content/uploads/2011/05/parte5.pdf

Ainda traz “Os desafios que os jogos impõem ao país”, de Claudio Frischtak, Victor Chateaubriand e Felipe S.Katz; bem como uma ótima entrevista com Ricardo Paes de Barros, “Bolsa Família parte agora para a inserção produtiva”; além do artigo de Flavio Cunha, da Universidade da Pensilvânia, sobre “Políticas alternativas para maior oferta de trabalho qualificado”.

O suplemento “Especial de Inovação” também trazem artigos de grande importância, como a de Gleise de Castro, “Centros Avançados”; de Paulo Fortuna sobre “Empresas investem em solução para o mercado nacional”; de Jacilio Saraiva sobre os “Complexos vão estimular o registro de patentes” e “Pré-sal e ação do governo atraem a GE para o Rio”; de Marcelo Pinho sobre “Reforço de recursos se Finep virar banco”; e de Rosangela Capazoll sobre “Agora, a iniciativa de pedir pesquisas é da Petrobras”.

O que impressiona no conjunto destes e outros artigos do suplemento é que estão se formando organizações para enfrentar estes desafios, como a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras – Anpei, Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores – Anprotec, Rede de Inovação para Competitividade da Indústria Naval e Offshore – Ricino. Além dos centros de pesquisas nacionais, empresas estrangeiras e nacionais consagradas já estão implantando os seus P&D, como a Schulumberger, Baker Hughes, FMC Technologies, Usiminas, Halliburton, Tenaris Confab e General Eletric com o seu Centro de Pesquisa Global (Global Research Center), Vale, Centro de Desenvolvimento de Software da TOTVS e MRS Logística entre outras.

Estes dois suplementos e suas imperdíveis informações mostram que realmente o Brasil passa por um particular momento de seu desenvolvimento, passando a cuidar de aspectos básicos indispensáveis para a sua sustentabilidade por um prazo longo.