Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Mudanças Econômicas Difíceis de Serem Compreendidas

8 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Quando acontecem fenômenos inusitados na economia brasileira ou mundial, mesmo os melhores analistas ficam perplexos. Quanto mais os jornalistas estrangeiros, muitas vezes carregados de preconceitos. Louise Lucas e Samantha Pearson, do Financial Times, não conseguem avaliar corretamente a substancial melhoria da distribuição de renda no Brasil, usando expressões ofensivas como “colônia de escravos” que se tornaram componentes da classe média, passando a consumir no que certamente seria uma “bolha”. E rachaduras começam a aparecer na economia brasileira, que corre o risco iminente de entrar numa depressão.

O prêmio Nobel de Economia, Joseph E. Stiglitz, publica um artigo no Project Syndicate, referindo-se as “Crises pós-crises”, apontando as dificuldades que ainda estão por vir. Mas admitindo também que no mundo ocorreu uma significativa redistribuição de renda. O fosso entre os países emergentes e os avançados diminuiu muito nas últimas três décadas, o que nem sempre é apontado pelos analistas, com um dado novo fazendo com que no mundo industrializado perca de importância, quando novos países ganham maior projeção.

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Desenvolvimento Industrial Segundo Ha-Joon Chang

8 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

O coreano Ha-Joon Chang é considerado um dos principais economistas heterodoxos e é professor na consagrada Universidade de Cambridge e deverá participar de um programa de palestras na Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas. Vem acompanhando o desenvolvimento de muitos países, e concedeu uma entrevista à Melina Costa, publicada no jornal O Estado de S.Paulo de hoje.

Segundo ele, mesmo os Estados Unidos no seu início do processo de desenvolvimento industrial utilizou do protecionismo, o mesmo acontecendo no Japão, na Suíça, em Cingapura ou na Coréia do Sul. Mesmo no pequeno Catar como na gigantesca Austrália isto acontece. Selecionando determinados setores industriais, acabaram se tornando competitivas no mercado internacional.

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Ha-Joon Chang

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Remodelação de Um Símbolo Cultural do Japão

7 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , ,

Muitos ficaram apreensivos quando o tradicional Kabuki-za, o principal local onde se apresenta o tradicional teatro japonês Kabuki em Tóquio, foi colocado abaixo, para dar lugar a um novo edifício, mesmo esclarecendo que o teatro seria mantido em alguns dos seus andares. Divulga-se agora no jornal econômico Nikkei um artigo com fotos mostrando que o edifício ficará na parte traseira do terreno, e que o Kabuki-za manterá a sua fachada já tradicional, depois de diversas remodelações desde a sua inauguração em 1889. As mudanças serão internas, ampliando e tornando mais confortável à plateia com capacidade para acolher os apreciadores do Kabuki com uma visão ampla, sem nenhuma coluna.

Como o Kabuki recebe turistas do mundo todo, as remodelações serão amplas, permitindo que os apreciadores acompanhem o espetáculo por ora em inglês, mas no futuro próximo em oito idiomas, além do japonês. Todas as facilidades serão fornecidas para que os estrangeiros possam acompanhar e entender o que está se processando no espetáculo, que é único no mundo.

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A fachada será mantida, mas a parte interna foi remodelada, sem os pilares

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Nova Política Cambial do Japão

7 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

O novo governo chefiado pelo premiê Shinzo Abe e tendo como principal figura na área econômica o também ex-premiê Taro Aso já conseguiu uma desvalorização do yen de cerca de 10%, que independeu da ação tomada pelo Bank of Japan. O próprio mercado, entendendo que o novo governo perseguia uma maior competitividade internacional, elevou a cotação do câmbio que girava em torno dos 80 yens por dólar norte-americano para a faixa dos 88 yens. Antes mesmo que o governo informasse oficialmente o Bank of Japan que gostaria de contar com uma inflação com a meta em 2%, quando antes era de 1%.

Os empresários japoneses, como o presidente da poderosa Keidanren que reúne as mais importantes empresas, Hiromasa Yonekura, informa que o câmbio deverá flutuar no amplo intervalo de 75 a 90 yens por dólar. O presidente de outra organização de peso, que é o Keizai Doyukai, que reúne os empresários, expressa a opinião que não basta contar com a desvalorização cambial. E o presidente da Japan Chamber of Commerce and Industry, Tadashi Okamura, espera que a Bolsa de Tokyo, que está sendo fundida com a de Osaka, tenha um nível em torno de 12.000 pontos, com o yen sendo negociado em torno de 85 a 90 por dólar, neste ano de 2013. Como em todos os países, os japoneses também esperam que as regulamentações governamentais sejam mínimas.

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Sede do Bank of Japan

Os empresários esperam que o governo estimule o chamado TPP – Trans Pacific Partnership, que permitiria uma redução das restrições de comércio internacional, criando um amplo mercado comum tendo como base a bacia do Pacífico, que ainda recebe restrições do meio rural japonês, que é politicamente importante.

Toda esta movimentação está indicando que, apesar da fragilidade política do atual governo que só poderá ser fortalecida pelos resultados econômicos e da eleição na Câmara Alta em agosto próximo, existe um anseio pela retomada do crescimento econômico no Japão.

Se o governo conseguir dar um mínimo de diretrizes, o próprio setor privado executará as tarefas mais importantes. Neste sentido, as instituições oficiais de crédito do Japão estão ampliando suas linhas, para estimular inclusive os investimentos que estão sendo feitos no exterior, que acabam resultando na intensificação do comércio.

É evidente que todos os países dependem do resto do mundo, mas nota-se que esforços possíveis estão sendo feitos em todos eles, ainda que os resultados devam continuar modestos, mas certamente positivos.

Tudo isto vem demonstrando que se o Brasil desejar acompanhar o que está acontecendo no mundo, precisa manter também a sua moeda desvalorizada e ativar seus entendimentos para o estabelecimento de acordos no sentido do livre comércio, em bases bilaterais ou multilaterais, conseguindo reduções das restrições para as suas exportações, ainda que tomando medidas pontuais de proteção de determinados setores.


Artigo Sobre Tolerância Sexual na China

7 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , , , | 2 Comentários »

Ainda que o assunto sempre tenha exigido algum cuidado e discrição em todo o mundo, não deixa de ser surpreendente o artigo publicado por uma equipe de jornalistas do China Daily, órgão oficial daquele país na sua edição para os Estados Unidos, constituído por Han Bingbin, Gan Tian, Shi Yingying e Xu Lin sobre ser gay na China. Um levantamento histórico, notadamente na literatura, trás as primeiras referências na Dinastia Shang (16º até 11º séculos AC), ainda falando de punições pela sua prática. Mas, na Dinastia Zhou (11º século a 256 AC), fala-se de rapazes bem apessoados distraindo o Imperador com o seu intelecto.

Acredita-se que nestes longos e antigos períodos, a homossexualidade era comum na China, e as referências são sobre atividades sexuais inclusive nos aposentos imperiais. Há referências sobre a admiração da beleza e abraços por trás. O assunto veio sendo estudado pelo sociólogo Pan Guangdan, desde os trabalhos inovadores do psicólogo britânico Havelock Ellis na década dos trinta, com base nos documentos históricos chineses.

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Reprodução de gravura chinesa publicada no China Daily

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Países Que Constituíam a URSS

7 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

Apesar de muitos receberem notícias esparsas sobre os países que constituíram a antiga URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, elas não vêm recebendo da opinião pública mundial a mesma atenção, por exemplo, dos países do Sudeste Asiático, ainda que também passem por uma expansão econômica e consolidação política. Alguns destes países já tinham a sua importância antes de se separarem da Rússia, como a Geórgia, a Ucrânia, a Lituânia, o Azerbajão e os demais que são menos lembrados. Outras já eram independentes como a Polônia, a Hungria, a Yugoslávia, a Romênia, a Bulgária, a República Checa e a Eslováquia, apesar de serem consideradas do Leste, e também terem tendências socialistas, com muito planejamento centralizado.

O fato concreto é que estes países que já contavam com uma população com etnia definida, cultura consolidada, bem como uma infraestrutura respeitável, estão passando por uma nova fase de aceleração do crescimento, até por estarem fora da zona do euro e com políticas econômicas diferenciadas. Contam com respeitáveis recursos humanos e naturais, além de estruturas econômicas elaboradas, sendo competitivos em muitas atividades.

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Mapa do Leste Europeu e a Torre de Azerbajão

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Medicina Esportiva Brasileira

6 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: , ,

Existem fortes indícios que o esporte profissional tornou-se um negócio qualquer com o objetivo de maximização dos resultados econômicos, notadamente nos países chamados desenvolvidos. Investidores, como russos e do Oriente Médio, efetuam vultosos investimentos, deixando de ser esportes, mas formas de ganhos financeiros rápidos. Muitos jovens atletas, notadamente de futebol que é o esporte que mais fatura no mundo, são transferidos para a Europa, e estranhamente ganham peso, que suas estruturas ósseas não suportam. Com atividades intensivas, em vez de aperfeiçoar o corpo humano acabam desgastando-o de forma prematura.

É interessante observar que a medicina esportiva brasileira está avançando mais que em outros países, permitindo a recuperação demorada e cuidadosa de muitos atletas. São processos demorados, pois exigem o fortalecimento de toda a estrutura que vai ser mais exigida. Isto não acontece somente no futebol, como na ginástica e no voleibol, onde desde jovens atletas são submetidos a processos que não são humanos. Com menos de trinta anos já não estão mais aptos a estes esportes, com o desgaste prematuro das partes mais pressionadas, quando a finalidade do esporte deveria ser o de uma vida sadia.

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Ronaldo Fenômeno no Cruzeiro e no Milan: fortalecimento muscular na Europa

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Antiguidades Chinesas Saqueadas Pelo Ocidente

6 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Lamentavelmente muitos tesouros nacionais de países antigos foram saqueados durantes as guerras do passado, tanto na forma de espólios oficiais, como verdadeiros roubos praticados por soldados e forças de ocupação, até de forma particular. O Egito, a Grécia, a China e a Índia, que contavam com expressivos acervos históricos de elevada qualidade, sofreram grandes saques, e alguns destes objetos estão sendo leiloados no Ocidente, ou fazem parte dos acervos dos museus mais conhecidos. Melina Mercouri, a famosa atriz grega, quando ministra da Cultura da Grécia, iniciou movimentos para a devolução de algumas peças mais famosas levadas do seu país. Existem também peças dos antigos maias, astecas e incas que estão nos museus internacionais, além de inúmeras pedras preciosas e objetos de ouro de altíssimo valor, inclusive do Brasil, que ornamentam muitas coroas e joias de casas imperiais europeias.

As autoridades chinesas estão pressionando as famosas casas internacionais de leilão, quando elas apresentam estas peças para disputas que alcançam milhões de dólares. Muitos milionários chineses estão obtendo acervos importantes que estão retornando inclusive para a China, com seus valores astronômicos. Oficialmente, a Unesco estima que somente em 200 museus espalhados pelo mundo existem 1,67 milhões de peças da antiguidade chinesa, de alto valor e importância histórica.

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Tesouros chineses que foram supostamente saqueados vão a leilão

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Ponto de Inflexão no Status das Mulheres

5 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Folheando os meios de comunicação social de alguns jornais e revistas mais importantes do mundo, bem como a televisão, a rádio e muitos dos atuais meios eletrônicos, constata-se durante este recesso com as festas de passagem do ano um destaque relevante. O status das mulheres em todas as partes do mundo parece passar por um novo ponto de inflexão. A condenação universal sobre o estupro de uma indiana que veio a falecer parece ter provocado na própria Índia muitas manifestações para a condenação exemplar dos criminosos que o praticaram, inclusive na própria Índia. No passado, estes fatos eram aceitos como parte da cultura daquele país, e não recebiam destaque na imprensa.

A recuperação da paquistanesa Malala Yousafzai, de somente 15 anos de idade, na Inglaterra, vítima de um tiro na cabeça por denunciar a repressão do Taleban, mereceu as manchetes do mundo. Nestas regiões e muitas outras onde as mulheres eram e são tratadas como seres inferiores, submetidas às vontades dos homens, estas notícias são alvissareiras.

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Malala Yousafzai sai do hospital da Inglaterra. Foto: Divulgação/Queen Elizabeth Hospital Birmingham

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Culinária Saudável e Vegetariana

3 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, Saúde, webtown | Tags: , , ,

Um interessante artigo publicado no China Daily informa que os chineses vêm utilizando alimentos vegetais desde a antiguidade, havendo registros escritos desde a Dinastia Han (206 AC – 220 DC), mas as culinárias de vegetais saudáveis vêm desde a Dinastia Xia (21º a 16º séculos AC), quando se descobriu que certas plantas que eram consideradas ainda selvagens poderiam servir de alimentos e medicamentos. Com o tempo, estes conhecimentos foram transmitidos para a Coreia e para o Japão.

Hoje, muitas culinárias tradicionais chinesas ainda utilizam estes conhecimentos, tanto em alguns restaurantes especializados, como o Traders Hotel de Pequim, quanto em estabelecimentos voltados para a saúde. Entre eles, existem tipos de inhames chineses e os conhecidos como danggui (angélica sinensis), mais usados na forma de raizes semelhantes aos tubérculos mais conhecidos mundialmente como ginseng. Os coreanos utilizam muito o ginseng e os japoneses a bardana (goboo), comprovados atualmente como plantas que possuem elevados elementos benéficos (elevado teor de ferro), notadamente na recuperação da saúde daqueles que ficaram debilitados por algumas deficiências.

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Raízes de ginseng e bardana

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